Expedição Justiça Sem Fronteiras investe em educação para transformar vidas na região de fronteira

Entre os dias 1º e 9 de julho, comunidades localizadas na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, no sudoeste de Mato Grosso, receberão uma das mais abrangentes iniciativas de inclusão social já promovidas pelo Poder Judiciário mato-grossense: a Expedição Justiça Sem Fronteiras. Realizada pela Justiça Comunitária do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), a ação busca levar atendimento jurídico, serviços públicos essenciais e atividades educativas e culturais a populações historicamente esquecidas pelo poder público.

A Expedição contempla diversos eixos de atuação, como Justiça, Saúde, Cidadania e, especialmente, Educação, que ganha protagonismo ao oferecer ações voltadas à formação cidadã, ambiental e cultural, beneficiando desde crianças até idosos. Os atendimentos acontecerão nos distritos de Agrovila Nova Esperança (Cáceres), Vila Picada (Porto Esperidião) e Santa Clara de Monte Cristo (Vila Bela da Santíssima Trindade) – localidades marcadas por carência estrutural e acesso restrito a políticas públicas permanentes.

No Eixo Educação, a proposta vai muito além da sala de aula tradicional. A ideia é promover aprendizado por meio de experiências práticas, lúdicas e acessíveis, com foco na formação de valores, respeito ao meio ambiente, estímulo à leitura e desenvolvimento da cidadania.

“O Eixo Educação também é fundamental. A gente leva cartilhas, palestras, oficinas e atividades para as crianças e adolescentes. É um trabalho de formação de caráter e de valores familiares. Muitos jovens hoje perderam um pouco da referência dos pais, e buscamos resgatar isso de forma equilibrada, por meio da conscientização”, explica o juiz José Antônio Bezerra Filho, coordenador da Expedição e da Justiça Comunitária do TJMT.

– Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema):

Educação ambiental com foco em fauna, flora e preservação do meio ambiente.

Orientações ao cidadão sobre práticas sustentáveis.

– Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel):

Oficinas esportivas com jogos tradicionais e atividades inclusivas.

Biblioteca itinerante com contação de histórias, gincanas, oficinas de desenho e pintura, além de doação de livros.

– Detran-MT:

Atividades educativas de trânsito com foco em segurança e responsabilidade no trânsito.

Orientações práticas voltadas para crianças e adolescentes.

– Gefron (Grupo Especial de Fronteira):

Exposição de equipamentos policiais.

Apresentações com cães do canil, despertando a curiosidade das crianças e promovendo a aproximação com as forças de segurança.

As atividades acontecem em espaços adequados, como quadras de escolas e centros comunitários, e são organizadas de forma a garantir segurança e acolhimento para todos os participantes. “Enquanto os pais são atendidos nos eixos da saúde, justiça ou cidadania, as crianças participam das oficinas educativas. É um cuidado com toda a família”, destaca o juiz.

A proposta educacional da Expedição visa mais do que ensinar: busca inspirar. Segundo o magistrado, “o que nos importa não é o número de atendimentos, mas os casos que realmente transformam vidas”.

Justiça com educação: caminho para a inclusão

Com o lema “Justiça Presente, Cidadania Preservada”, a Expedição também reforça que educação é base para o exercício pleno dos direitos. “Quando uma criança aprende sobre respeito, meio ambiente e valores familiares, estamos fortalecendo o tecido social e contribuindo para um futuro mais justo e igualitário”, avalia Bezerra Filho.

Além das ações educacionais, a Expedição conta com apoio de órgãos como o Juizado Volante Ambiental (Juvam), que realiza atividades de conscientização ambiental; o Programa Verde Novo, que promove a distribuição de mudas de árvores do Cerrado; e os Cejuscs, que oferecem soluções consensuais para conflitos familiares e comunitários.

A iniciativa se destaca por sua abordagem multidisciplinar e humanizada, reunindo uma rede de instituições públicas e voluntários para garantir que cada morador das localidades visitadas possa ter acesso a serviços básicos de justiça, saúde, documentação e orientação jurídica – tudo isso somado a uma proposta de educação que inspira e transforma.

“A Expedição Justiça Sem Fronteiras não é apenas um projeto institucional. Ela é uma missão. Um movimento de esperança e de reconstrução para famílias inteiras. E o eixo da educação é o que fortalece essa mudança a longo prazo”, conclui o juiz.