“Racismo tem que ser combatido diariamente”, diz diretora de escola

“Racismo tem que ser combatido diariamente”, diz diretora de escola

Atual diretora da Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Agostinho Simplício de Figueiredo, a pedagoga Maria Aparecida Ribeiro Martini, mãe, negra e pedagoga, 39 anos de serviços prestados a educação, dos quais 14 exclusivos ao município de Cuiabá, relata que o racismo é um tema que merece ser combatido diariamente.

E, cabe à escola assumir o papel central de protagonismo. Nesta entrevista concedida à Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá, em homenagem a todos os educadores negros, no dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, a educadora avalia positivamente ações de combate ao racismo, ainda que reconheça ser uma tarefa árdua que exige o envolvimento de instituições e do núcleo familiar.

Porque o poder público deve ter a responsabilidade de educar e patrocinar ações contra o racismo?

Maria Martini: Para nós que somos negros sabemos que o racismo é uma situação velada. O racismo, embora seja crime, infelizmente existe. Sou professora há 39 anos e já vivenciei muitas situações de racismo. A própria comunidade tem dificuldades em aceitar um diretor negro. Já enfrentei situações de alguém chegar à escola questionando a presença da diretora, e, se surpreender quando se deparam com uma mulher negra. É aquele momento em que se olha para o diretor ou diretora e pergunta: “mas, você?”. São situações corriqueiras que nós enfrentamos e buscamos sair mais fortes. Hoje, a representatividade ela é real e assegurada pelo poder público.

E como o racismo é combatido diariamente nas escolas?

Maria Martini: Nós dispomos de uma estrutura; São 39 anos de serviços prestados à educação. E, destes 39 anos, vejo um crescimento para aumentar a legitimidade, legalidade e igualdade racial. A Secretaria Municipal de Educação (SME) tem uma equipe muito competente na elaboração de projetos.

O Conselho Tutelar, nos dias atuais, está mais presente e próximo das escolas. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) também auxilia às escolas com palestras e outros conteúdos de conscientização. A Polícia Militar também desenvolve o projeto “Anjos da Guarda” e o Proerd. Ou seja, a luta contra às diferenças, a defesa da proteção da criança e adolescente está em ascensão. O que traz resultados positivos.

A senhora diria que há uma necessidade de constante conscientização?

Maria Martini: Sem dúvida. Hoje, há uma estrutura e mobilização para se garantir e concretizar direitos. O racismo é velado. Algo difícil de vencer. Mas, está sendo combatido pela maioria da sociedade.

E como é educar neste contexto digital que envolve bullying e cyberbullying? Onde muitos tem a pré-disposição de discriminar?

Maria Martini: Não é uma tarefa fácil. A escola tem o papel de ensinar direitos, deveres e perigos. O aparelho celular é um equipamento que dá as crianças e adolescentes acesso muito fácil aquilo que antes era proibido. Não basta apenas leis. Neste contexto, a família é aliada número um da escola. A criança tem que ser monitorada para evitar a adesão a grupos virtuais que não contribuem para uma boa formação.

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