Lucros bilionários e bolsos vazios: a contradição brasileira em 2025
Os números não mentem: em 2025, os maiores bancos do país continuam colhendo lucros bilionários. Itaú, Bradesco e Santander já acumularam mais de R$ 42 bilhões só no primeiro semestre. Para eles, é tempo de comemoração; para milhões de brasileiros, é tempo de aperto, renegociação e, muitas vezes, desespero. Enquanto as instituições financeiras brindam seus resultados, a realidade das famílias é outra. Mais de 77% da população está endividada, e quase um terço não consegue pagar as contas em dia. Isso significa pais e mães tendo que escolher entre pagar o cartão de crédito ou garantir a feira da semana. A conta não fecha, e o sentimento é de injustiça: como pode um setor lucrar tanto quando a maioria mal respira?
A explicação está no custo do crédito, que no Brasil se tornou quase um luxo. Juros altos, spreads abusivos e pouca regulação criam um ciclo perverso: quanto mais o povo se endivida, mais os bancos lucram. É um jogo em que só um lado vence. Para a população, sobra a sensação de estar correndo em uma esteira infinita, pagando sempre mais e recebendo cada vez menos. Não se trata apenas de economia, mas de dignidade. O endividamento não corrói apenas o bolso — corrói a autoestima, o planejamento de vida e a esperança de dias melhores. Uma sociedade endividada é uma sociedade cansada, sem forças para sonhar. E um país que concentra riqueza em poucos setores, em detrimento da maioria, escolhe perpetuar desigualdades.
O desafio que fica é o de repensar esse modelo. Precisamos de um sistema financeiro que exista para servir às pessoas, e não o contrário. Juros mais justos, crédito acessível e educação financeira são caminhos possíveis. No fim, a grande pergunta que deve nos mover é: que país queremos ser? Um onde poucos celebram lucros extraordinários, ou um onde muitos possam viver com dignidade e prosperidade?
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